Bumba-meu-Boi, o boi de mil nomes...
Só de nome esse boi está cheio! Quer
ver? No Recife se chama Boi-Calemba; no Amazonas, Maranhão e Pará, Boi-Bumbá;
em Alagoas, Folguedo-do-boi... e esses são só alguns nomes! (Dá para qualquer
boi ficar confuso.) Bumba quer dizer "Bate!Chifra!"
É uma festa muito popular no Norte e
Nordeste do Brasil. O boi nasce em uma festa, morre em outra e ressuscita na
última. Calma, não precisa ficar com pena dele. Não é um boi de verdade. É
uma fantasia de boi toda enfeitada de fitas coloridas, e embaixo dela fica um
dançador. Acompanhando o dançador vão pessoas vestidas de vaqueiros e gente
de todo tipo, com roupas coloridas, cantando e dançando pelas ruas, indo de
casa em casa. O Boi é uma mistura dos folclores africano, indígena e
português! As festas acontecem de novembro até 6 de janeiro, o Dia de Reis.
Boitatá, a Cobra de fogo
Ou Batatá, Baitatá, Biatatá, Bitatá, Batatal... O nome é indígena e quer dizer "cobra de fogo". E é justamente o que ela é. Contam que certa vez houve uma grande enchente e todos os bichos morreram, menos a cobra. Quando a água baixou, era tanta comida que ela até ficou fresca: só queria comer os olhos dos bichos, porque eram mais molinhos (é meio nojento, mas a lenda é assim). Foi comendo tanto olho, tanto olho, que sua pele ficou transparente e ela virou uma cobra de luz! Virou o Boitatá. Dizem que o Boitatá persegue quem faz queimadas nas matas, e se você correr — babau! Lá vai ela atrás. Curupira, o Protetor dos bichos
É um anão, de cabelo vermelho, os pés virados para trás e
os calcanhares para a frente. Pode ser pequeno, mas é um danado: ele protege
as matas e os bichos dos caçadores, e é bem mau com eles: faz esquecerem o
caminho e ficarem perdidos da silva no meio da floresta, bate neles, faz com
que desapareçam... e como tem os pés virados para trás, quando os caçadores
acham que ele está indo, ele está é voltando. Ou será o contrário?
Boto, o pai dos
filhos sem pai
Filho que ninguém sabe de quem é, é filho do Boto. É o
que se diz no Norte do Brasil. O boto é um golfinho do rio Amazonas. Ele é um
Don Juan de lá: quando a noite cai, ele sai do rio e vai para as festas
paquerar as moças bonitas. E como não é bobo, ele não vai na forma de boto,
porque senão ia matar as pobres moças do coração! Ele se transforma num rapaz
bonito, alto, forte, grande dançador e bebedor (adora uma cachaça). Mas tudo
tem seu prazo, e antes da madrugada ele tem de voltar para o rio, porque
senão ele vira boto de novo... fora da água. Já viu que lá todo mundo
desconfia dos moços bonitos que aparecem sem aviso nas festas e saem antes do
amanhecer... Pudera!
Saci-Pererê, o
brincalhão
Esse você conhece do Sítio do Pica-pau Amarelo. É um
negrinho de uma perna só, com uma carapuça (gorro) vermelha na cabeça, que
lhe dá poderes mágicos. É
muito esperto e adora fazer traquinagens. Uma das suas preferidas é dar nó em
crina de cavalo, depois de lhe dar uma canseira das boas, fazendo o bicho
correr a noite inteira. Ele gosta de aprontar com as pessoas também: apaga o
lampião, faz queimar a comida no fogo, espanta quem viaja sozinho... É um
levado da breca.
Mula-sem-cabeça,
a mulher do padre
Diz a lenda que mulheres que saem com padres viram
mula-sem-cabeça na noite de quinta para sexta-feira. Ela sai galopando por
aí, assombrando os pobres seres que cruzam seu caminho. Lança fogo pelas
narinas e pela boca.
Suas patas são de ferro, por isso ela pode galopar à vontade sem gastar os cascos. Como se não bastasse, fica relinchando a noite inteira e não deixa ninguém dormir. Para acabar o feitiço, alguém tem de ter a coragem de ir até ela e tirar o freio de ferro que ela leva nos dentes (dizem que ela não tem cabeça, mas tem boca, dentes e narinas). Haja coragem de enfrentar um bicho desses!
Gritador, o duende do vale de S. Francisco
Diz a lenda que o Gritador, ou
Zé-Capiongo, vive gritando dentro da noite. Dizem que ele é a alma de um
vaqueiro que desrespeitou a Sexta-Feira da Paixão (quando os vaqueiros têm de
ficar quietinhos), saiu para campear seu gado e nunca mais voltou. Virou
assombração. Hoje vive
gritando no mato, campeando uma boiada invisível que nem ele. O Gritador
costuma gritar mais à noite, mas não tem hora para infernizar os outros:
dizem que até ao meio-dia ele fica lá gritando no mato, assombrando quem
passa, assustando a bicharada.
O LOBISOMEM
É noite de
quinta para sexta-feira. Uma chuva fina cai sobre a cidade deserta e um vento
forte sopra sobre suas ruas. Um homem caminha depressa pelas ruas
mal-iluminadas. Ao ouvir um estranho ruído, apressa ainda mais o passo. Porém,
sente que está sendo observado.
Completamente
apavorado, começa a correr. Na esquina vê um vulto escuro. Sentindo que está
prestes a se tornar sua vítima, grita por socorro. Mas de nada adianta.
Desesperado,
cai de joelhos ao chão e com os olhos cheios de lágrima vê a criatura
atacar. Com uma dentada no pescoço, o Lobisomem suga seu sangue. Seu corpo fica
inerte no chão.
Meio
bicho, meio gente, a besta sai em disparada para atacar outras possíveis
vítimas. Quando o galo começa a cantar, o Lobisomem retoma a sua condição
anterior: volta a ser homem, cansado e com os cotovelos cobertos de sangue.
Isolado,
fica aguardando a próxima oportunidade em que voltará a atacar suas vítimas.
O NEGRINHO DO PASTOREIO
Um fazendeiro muito rico e avarento vivia nos pampas
do Rio Grande do Sul.
Somente três coisas despertavam seu interesse
: seu filho, maldoso como ele, um cavalo baio e um pequeno escravo, Negrinho,
que se considerava afilhado da Virgem Nossa Senhora.
Certo dia, um vizinho fez-lhe um desafio: provar numa corrida de cavalos
qual possuía o melhor cavalo.
Por ordem do fazendeiro, o negrinho iria montar seu
cavalo. A largada foi dada e no final da corrida o avarento fazendeiro viu seu
baio perder. Aquilo foi demais para seu orgulho, e resolveu castigar o pobre
menino, amarrando-o a um poste e surrando-o com um chicote.
Ainda não satisfeito, ordenou que o pobre garoto
passasse 30 dias sozinho pastoreando 30 cavalos. Cansado e ferido pelas
chicotadas, o menino seguiu seu caminho e acabou adormecendo. Porém, ao
acordar, percebeu que os cavalos tinham sido roubados.
O filho do fazendeiro correu para contar
ao pai, que novamente repetiu o castigo e ditou que procurasse o que perdera.
Recorrendo a sua Santa Madrinha, o Negrinho partiu em busca dos cavalos
com uma vela na mão. Conforme a cera da vela derretia, os pingos que caiam no
chão iluminavam seu caminho. Acabou encontrando a tropa de cavalos e seguiu
levando-a de volta para casa.
Porém, ao adormecer, novamente o filho do fazendeiro
espantou os cavalos.
Em casa o maldoso fazendeiro surrou o pobre menino e
o amarrou preso a um formigueiro. Passados três dias, foi ver como o negrinho
estava. Ficou muito surpreso ao ver que o menino se encontrava em pé sobre o
formigueiro, acompanhado do cavalo baio e dos demais e pela Virgem Nossa
Senhora, que zelava por seu afilhado.
Apavorado, o homem caiu de joelhos diante do
Negrinho, que saiu em disparada com seu cavalo baio pastoreando a tropa.
Até hoje dizem que quem perder qualquer coisa deve
acender uma vela à Virgem Nossa Senhora que faz com que o Negrinho
enconte o objeto perdido.
Se ele não encontrar, ninguém mais o encontrará.
A VITÓRIA-RÉGIA
Diz-se que nas noite de luar
a Lua desce à Terra para se casar com uma índia.
Esta
crença existia na época em que as nossas terras eram povoadas por tribos
indígenas, onde o masculino e o feminino não existiam como figuras determinadas
nas lendas indígenas. A Lua, para eles, era um guerreiro audacioso, valente,
forte e belo. As jovens índias queriam conquistar o seu amor para se
transformarem em estrelas no céu.
Houve
uma índia chamada Naiá, que sonhava com esse maravilhoso guerreiro. Passava as
noites observando o luar, fascinada com seus raios que banhavam seu corpo,
parecendo os braços forte do amado.
Muitas
vezes Naiá corria pelos campos, com os braços estendidos, tentando alcançar a
Lua, mas jamais conseguia.
Certa
noite ,doente de paixão, Naiá viu surgir com todo esplendor a Lua refletida nas
águas de um rio. Não pensou 2 vezes:imaginando que o amado aparecia para
atender aos seus chamados , Naiá atirou-se em seus braços e acabou morrendo no
fundo do rio.
A
Lua , por sua vez ficou com pena de tamanha tragédia que, ao invés de
transformar a pobre moça numa estrela , achou melhor transformar a indiazinha
em uma flor tão bela quanto imensa.
Assim
é que , transformada em Vitória -Régia , Naiá aguarda todas as
noites seu guerreiro amado , e quando a Lua surge , abre suas enormes
pétalas oferecendo sua corola para receber os raios prateados do
amado.
A Mandioca
Há muitos anos, uma jovem índia
deu à luz a um lindo menino, muito branco, a quem deu o nome de Mani. Sua
gravidez foi solitária porque seu pai, o chefe da tribo, nunca a perdoou por
ter engravidado de uma maneira que ela não soube explicar. A indiazinha foi
expulsa de sua tribo.
Quando
Mani nasceu, logo encantou a todos com sua graça e beleza. Até o velho avô caiu
de amores pela pequena criança.
Porém, quis o destino que Mani partisse muito depressa, ainda bem novo. A tristeza tomou conta da aldeia. Sua mãe foi quem mais sofreu com a perda do filhinho. Chorou dias e dias no local onde Mani fora enterrado. Passado algum tempo, os moradores da tribo perceberam que começou a brotar uma raiz marrom-escuro por fora e muito branca por dentro e resolveram experimentá-la. Era uma maneira de homenagear Mani. Foi quando a mandioca passou a ser uma fonte de alimentação muito importante para todas as comunidades indígenas.
Mani : era o nome do indiozinho
oca : aca, em forma de chifre.
A IARA
Sentado à beira de um rio, um solitário
pescador, com suas manobras para pegar o peixe, escuta despreocupado o
agradável som do leve bater do vento sobre as folhas das árvores.
De repente, ouve um canto sedoso e o
barulho de um corpo caindo na água. Sabendo que não existe ninguém pelas
redondzas, tem a certeza da presença de uma figura que, ao mesmo tempo, além de
ser bela, é terrível. Foge desesperadamente, com medo de encontrar Iara.
Ele conhece o destino de quem atende ao seu
chamado: totalmente encantados por sua figura, os pobres homens se deixam
arrastar para as profundezas do rio, tendo como único destino a morte.
Iara surge nos rios chamando os homens para
amá-la em seu reino. Dizem que seus corpos são encontrados após alguns dias,
com a boca dilacerada pelas piranhas - marcas dos beijos de Iara.
E essas histórias entraram por uma porta, saíram pela outra... e quem quiser que conte outra! | |
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sexta-feira, 13 de julho de 2012
Lendas e Mitos
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